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Furto de lâmpadas pode ser o início da mudança cultural do condomínio

O furto de lâmpadas em condomínios é mais comum do que se imagina, embora muitas vezes passe despercebido ou seja tratado como uma simples ocorrência. No entanto, cada lâmpada furtada representa não apenas um gasto, mas também um sinal de que o ambiente está vulnerável e que talvez seja hora de repensar algumas atitudes da comunidade condominial. O problema não está apenas na lâmpada em si, mas na falta de percepção coletiva de que pequenos furtos também prejudicam a todos.

Nem sempre é possível saber quem foi o responsável. Em muitos prédios, especialmente aqueles com vários andares ou corredores pouco movimentados, instalar câmeras em cada ponto é inviável. Isso não significa que se deva aceitar o furto como algo normal. Pelo contrário: quando se torna frequente, é sinal de que a comunidade precisa agir, mesmo sem recorrer a soluções caras ou tecnológicas.

Aprendizado condominial

Foi pensando nisso que surgiu uma proposta simples e acessível para qualquer síndico colocar em prática: comunicar diariamente cada reposição de lâmpada furtada, com indicação do andar e da torre, e ao final de cada mês, apresentar o total gasto com essas substituições. Simples assim. Nada de listas complexas, nada de grandes sistemas. Apenas informação transparente e constante.

Essa rotina não tem o objetivo de acusar moradores ou apontar culpados. Ela serve para sensibilizar. Quando se torna visível que o 3º andar da torre A teve cinco reposições em quinze dias, os moradores daquela região naturalmente passam a observar melhor, a se perguntar o que está acontecendo. Isso por si só já reduz a impunidade e a repetição.

A comunicação pode ser feita por mural, grupo de WhatsApp ou mesmo por um aviso impresso na entrada do elevador. Algo como: "Hoje foi feita reposição de lâmpada no 5º andar da torre B em decorrência de furto." É uma mensagem curta, direta e sem exagero. Mas é o tipo de mensagem que deixa claro: aqui nós notamos, aqui nós registramos.

Com o tempo, essa prática passa a fazer parte da rotina do condomínio. As pessoas esperam o boletim mensal com os custos, passam a perceber que os valores aumentaram ou diminuíram, e entendem que isso também impacta a previsão orçamentária. Ninguém quer pagar mais por conta de vandalismo ou descuido coletivo.

Não há qualquer risco jurídico em adotar essa medida. O síndico não está assumindo culpa, nem expondo dados sensíveis. Está apenas cumprindo seu papel de informar e manter a coletividade ciente do que ocorre nas áreas comuns. Pelo contrário, esse tipo de atitude protege o síndico e o condomínio, pois demonstra zelo e boa-fé na gestão.

Essa transparência também contribui para valorizar o trabalho do síndico. Em vez de esperar a assembleia para apresentar dados genéricos, ele mostra o que acontece em tempo real, com fatos concretos. Isso aumenta a credibilidade de sua administração e o respeito dos condôminos.

Estágios da vida condominial

Nos estágios iniciais da vida condominial, é comum que predomine a apatia e a ausência de engajamento. Os condôminos se limitam a pagar suas cotas e evitam se envolver nas decisões coletivas. A cultura é de dependência total do síndico, que muitas vezes atua sem supervisão ou diálogo com os moradores.

Com o tempo e o surgimento de problemas mais visíveis, surge o estágio da desconfiança. Os condôminos começam a questionar decisões, suspeitar de irregularidades e exigir explicações. Esse período é marcado por conflitos, mas também por oportunidades de mudança e reorganização interna.

Na fase mais madura, o condomínio passa a adotar uma postura colaborativa. Os moradores participam mais ativamente, compreendem o papel do síndico e valorizam práticas de transparência. A comunicação sobre ocorrências como furtos e os seus impactos financeiros é bem recebida, pois já há uma cultura de corresponsabilidade estabelecida. (Referência: "Organização em Condomínios Edilícios – Estágios da Vida Condominial")

Nesse sentido, o uso da comunicação diária como ferramenta de gestão se encaixa diretamente nas perspectivas do Mapa Estratégico Condominial. Ao reforçar o compromisso com a transparência e envolver os condôminos nas consequências financeiras de pequenas ocorrências, o síndico contribui com as dimensões de valorização da comunicação, da confiança e da atuação cidadã. Não se trata de vigiar, mas de mobilizar.

É importante lembrar que o custo de uma lâmpada pode parecer pequeno. Mas quando somamos as reposições de um semestre, já estamos falando de um valor que poderia ser usado para benfeitorias reais, como pintura, jardinagem ou manutenção de portões. Pequenos desvios geram grandes perdas. As pessoas precisam saber disso e aí está a oportunidade de que o síndico atue para trazer o interesse de todos pelo bem comum.

Lâmpada furtada no condomínio

Relato de casos

Os síndicos que adotaram essa prática relatam uma mudança clara na relação com os moradores. A comunicação melhora, os moradores passam a colaborar mais, e até os casos de furto diminuem. É uma solução de efeito real, com investimento zero.

Se você é síndico e está cansado de lidar com o prejuízo invisível das pequenas depredações, experimente. Não é preciso aprovar nada em assembleia para começar a informar. Basta querer mostrar que você está atento e comprometido.

O primeiro passo é criar um modelo simples de comunicado. Pode ser um papel impresso ou uma mensagem padrão no grupo do prédio. O segundo é anotar em planilha os custos com reposições para, no fim do mês, informar os condôminos.

Se preferir, pode usar um quadro fixo no mural da entrada com um marcador mensal. Isso ajuda a manter o histórico visível, como um lembrete discreto, mas permanente, de que o prédio se importa.

Transparência não é apenas mostrar o extrato bancário do condomínio. É tornar visível o que é relevante para a coletividade. E saber que uma lâmpada foi furtada e reposta é, sim, algo relevante.

Cultura do condomínio

Vamos mudar a cultura sem conflito, com simplicidade e consistência. A comunidade condominial se fortalece quando todos percebem que pequenas atitudes têm grandes efeitos.

Se quiser saber mais sobre como transformar a relação entre síndico e moradores com foco em boas práticas e gestão transparente, acesse o curso Fiscalize seu Condomínio 

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