A figura do síndico em um condomínio é fundamental para a organização e o bom funcionamento da comunidade, mas é essencial entender que seu poder não é ilimitado. A legislação, as convenções condominiais e os regimentos internos estabelecem diretrizes claras sobre as atribuições e as restrições do síndico, garantindo que suas ações estejam alinhadas com os interesses coletivos dos condôminos. Muitas vezes, síndicos acabam ultrapassando os limites do poder do síndico estabelecidos por falta de conhecimento ou por interpretar de forma equivocada suas responsabilidades, o que pode gerar conflitos e até problemas legais.
O síndico tem a responsabilidade de administrar o condomínio com transparência e eficiência. Isso inclui a gestão financeira, a manutenção predial, o cumprimento das normas e a representação legal do condomínio perante órgãos externos. Entretanto, suas funções são delimitadas por diversos instrumentos legais e normativos, exigindo conhecimento aprofundado para evitar equívocos que possam comprometer a convivência e o patrimônio dos moradores. A falta de uma atuação alinhada às diretrizes pode resultar em desconfiança por parte dos condôminos e, em casos mais graves, na destituição do síndico.

Limitações legais e tomadas de decisão
O Código Civil brasileiro define as competências e as limitações do síndico no artigo 1.348, estabelecendo que ele deve cumprir e fazer cumprir a convenção, regimento interno e decisões da assembleia. O síndico não pode agir sem autorização da assembleia quando se trata de decisões de grande impacto financeiro ou estrutural, pois essas devem ser discutidas e aprovadas coletivamente para garantir a melhor utilização dos recursos. O uso indevido dos recursos do condomínio para fins pessoais configura improbidade administrativa e pode resultar em ações judiciais, sendo uma das práticas mais condenáveis na gestão condominial.
O respeito aos direitos individuais dos condôminos é outro aspecto fundamental que o síndico deve observar, uma vez que a imposição de multas ou cobranças abusivas sem o devido processo pode ser considerada uma infração grave. As decisões devem estar sempre amparadas por documentos que comprovem a infração e embasadas nos regimentos internos. Além disso, a contratação de serviços deve ser conduzida com critérios técnicos e transparência, evitando favorecimentos e escolhendo prestadores de serviço de acordo com as necessidades reais do condomínio, levando em conta orçamento e qualificação.
Consequências de ultrapassar os limites do poder do síndico
A assembleia de condôminos é soberana em diversas questões e deve ser consultada sempre que houver alterações significativas, como a aprovação de obras de melhoria, a alteração da destinação das áreas comuns e o aumento significativo da taxa condominial. O síndico não tem autonomia para realizar mudanças que impactem diretamente o orçamento ou a estrutura física do condomínio sem o aval da assembleia, pois isso poderia comprometer a sustentabilidade financeira e o bem-estar da coletividade.
Caso o síndico ultrapasse suas atribuições ou atue de maneira negligente, ele pode ser responsabilizado civil e penalmente. Desvios de verba, omissão em manutenção obrigatória e abuso de autoridade são exemplos de situações que podem levar à sua destituição e a processos legais. Uma gestão transparente e em conformidade com as normas é essencial para garantir a segurança jurídica do condomínio e manter a confiança dos moradores. Para aprofundar seus conhecimentos sobre os direitos e deveres do síndico, recomenda-se o curso Condomínio Transparente, disponível em https://www.auditor.adm.br/condominio-transparente, que oferece informações detalhadas sobre a gestão transparente e eficiente de condomínios.
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